segunda-feira, novembro 10, 2008

Eu também faria o mesmo!

Sim, e faria mesmo. Eu também deixaria a minha área e tentaria fazer o gol. De qualquer maneira. Desesperadamente.

Eu também já fui goleiro. Eu sei o que é se sentir impotente. Talvez se sentir culpado pela derrota do time e não poder fazer nada para reverter a situação. O goleiro, via de regra, não faz gol. Quando o seu time está no ataque, ele é torcedor.

E eu sou torcedor do Palmeiras. E o Marcos também é. Ontem, quando não eram jogados nem 30 minutos do segundo tempo, quando o Grêmio vencia a partida pelo placar de 1 a 0, Marcos fez o que qualquer torcedor palmeirense queria fazer naquele momento.

Bom, pelo menos o que eu queria fazer. E os quase 28 mil palmeirenses que assistiam à partida no Palestra Itália. Porque parece que, segundo o que dizem algumas dessas pesquisas de portais internéticos, metade dos opinantes reprovam a atitude do ídolo alviverde.

Oras, mas que ingênuo eu sou! Em pesquisas de internet votam qualquer um. Votam qualquer corintiano ou são-paulino de cotovelo inchado por não ter um Marcos jogando em seus times. Ratifico: Marcos fez o que qualquer palmeirense faria naquele momento. Eu, inclusive.

Eu também subiria à área adversária para tentar o cabeceio. Eu também tocaria para o volante para fazer o um-dois e receber a bola mais adiante. Eu também xingaria o coitado do Preá - coitado, porque ele não tem culpa de ser um perna-de-pau e de estar com a responsabilidade de vestir o sagrado manto alviverde, não foi ele quem se pôs ali - por não ter rolado aquela bola, sobra daquele rebote, que poderia nos livrar de toda aquela agonia.

Ok, não nos livraria de toda aquela agonia. Ainda precisaríamos fazer mais um gol para continuarmos respirando na briga pelo título do campeonato. Mas se o Preá rolasse aquela bola na área para o Marcos, ele iria protagonizar o mais belo gol de todos os tempos. Eu disse: de todos os tempos!

Mas ele não rolou, e o mais belo dos gols não aconteceu. Mas aconteceu, pelo menos, o registro de que no futebol ainda existem homens de verdade. Jogadores de carne, osso, sangue e coração, que amam o que fazem, que jogam por paixão, que não são somente joguei-bem-graças-a-Deus-que-meu-dinheiro-está-na-minha-conta. Meus amigos, não sei porque as lágrimas não me saltaram ontem, pois quero chorar o tempo todo, desde então. De tristeza, talvez, pela derrota. De emoção, com certeza, de ver mais uma vez porque o futebol é minha paixão, de sentir mais uma vez muito orgulho em ser palmeirense.

E para terminar, essa vai para o Sr. Luxemburgo. Roa-se de inveja! O senhor é um mercenário, ou um profissional, como gosta de dizer. Marcos é São Marcos, e sempre será São Marcos, em todas as partidas, faça o que fizer - aliás, como o senhor mesmo reconheceu. Ele já está registrado para todo o sempre em nosso cânone. Já o senhor está é na nossa lista negra. Sempre o veremos com desconfiança. Nunca nos esqueceremos de sua participação na nossa queda, em 2002. O futebol é o futebol, apaixonante, alucinante, enlouquecedor, por homens como o Marcos, como o Garrincha, o Maradona, o Pelé, que escreveram e escrevem a história do futebol com o suor de seus corações. Porque é assim que eles ficam em nossos corações. Gente como o senhor, pelo contrário, só nos faz sentir desprezo e desgosto. Só nos afasta dos estádios. Portanto, Sr. Luxemburgo, seja mais humilde, ou pelo menos um pouco. Seja como o nosso São Marcos. E nem se meta a besta de barrar o nosso santo!

Um comentário:

Daniel F. Gontijo disse...

Mas quanto ficou o jogo? Perderam de 1x0? Eu iria até a área! E até gosto do Marcos, embora não seja torcedor de time algum...

Abraço!