sexta-feira, abril 18, 2008

Sobre o próximo Palmeiras e São Paulo

Há quem diga que este Palmeiras e São Paulo do próximo domingo seja o mais tenso da história. Acho um exagero, apesar de achar que este será muito tenso mesmo. Mas da história? Desacredito. Porém, pode ser que seja um dos mais emocionantes, pois lembra muito aqueles da final do Paulistão de 1992, quando o São Paulo tinha um excelente time, já consolidado, e o Palmeiras estava em formação, mas com um bom time também. Se bem que agora, eu acho que o Verdão está melhor, tanto em relação àquela vez, como em relação ao São Paulo. Sim, diferente de 1992, o Palmeiras está melhor que o São Paulo hoje. O tricolor consegue equilibrar no quesito entrosamento, pois o time joga no mesmo esquema há anos, desde o Cuca, e a defesa é quase a mesma desde o Muricy. Mas a qualidade técnica dos jogadores palmeirenses é melhor, assim como a força de seu ataque.

Por falar em história, acho que o Palmeiras e São Paulo mais tenso e emocionante (pelo menos dos que eu vivi) foi aquele da Libertadores de 1994. Ah, sim, Choque-rei como aquele acho que vai ser difícil de ser novamente. O de agora, até pode ser tão emocionante, mas aqueles times eram insuperáveis. Não era à toa que aqueles dois times eram a base da Seleção Brasileira. Poderíamos mesclar as duas equipes, mais o Romário, vestir a canarinho neles e mandar para a Copa que seríamos tetra do mesmo jeito. Os times de hoje não chegam nem a fazer cócegas nos de 1994. Ah, 1994... Maldito seja o Zetti!

Mas agora é 2008, e a briga é pela vaga na final do Paulistão. Tínhamos a vantagem do empate, o tricolor nos tomou, na mão grande do Adriano, mas o fato é que agora é o São Paulo quem joga pelo empate. Por isso não tenho dúvida nenhuma, o tricolor vai ficar recuadinho, recuadinho, somente esperando o momento oportuno para dar o bote, que deve ser com a velocidade de Dagoberto. Por isso acho que o Borges, desta vez, só joga se entrar no meio do jogo. E tome bola pro Jorge Vágner lançar na área pro Adriano.

Por isso Verdão, preste atenção! Evite faltas ao máximo próximo da área! Escanteios, ceder somente na necessidade. Chutão para a frente sem medo de passar vergonha e se for para matar a jogada, que seja no campo do adversário. E o negócio vai ser pôr o Martinez no lugar do Pierre mesmo, que é jogador com mais qualidade técnica para ajudar o Léo Lima na armação das jogadas. Pois não tenham dúvidas de que o Muricy vai armar uma marcação implacável ao Valdívia e ao Diego Souza. Então a bola vai sobrar mais mesmo nos pés dos nossos volantes, eles que irão fazer a diferença no jogo. E penso que é bom entrar com o mesmo ataque do jogo anterior. Alex Mineiro e Kléber são mais durões e finalizadores. Denílson e Lenny são para o segundo tempo, quando a defesa deles estiver mais cansada e quando necessitarmos incendiar o jogo ou prender a bola nos nossos pés.

Pelos que se viu nos últimos dois jogos, o São Paulo só nos vazou na bola parada ou na falha individual de nossa defesa. Porém, nós marcamos por mérito próprio. Sim, foram quatro gols de pênalti, porém todos eles foram legítimos e provocados devido à qualidade de nosso ataque, que sabe invadir a área perigosamente. E teve o gol do Kléber, com aquele belo chute da entrada da área, após o corte no Juninho, que está até agora procurando aquela bola.

Meu palpite? Palmeiras! Não sei o placar, mas com uma grande possibilidade de ser um show, como foi numa certa final de Paulistão, no ano de 1993.

sexta-feira, abril 11, 2008

O Morumbi é o mais seguro?!

Como diz um ditado, que acho verdadeiro: o combinado não sai caro. Antes da competição, combinaram que os mandos dos jogos das semi-finais do Paulistão seriam determinados pela Federação. Regulamento é regulamento. E não pode ser alterado durante o transcorrer do jogo. Portanto, que se cumpra.

E está sendo cumprido. A Federação determinou que o primeiro jogo será no Morumbi, mando do São Paulo, e o segundo no Palestra Itália, mando do Palmeiras, pois em mata-matas é praxe que o jogo decisivo seja no mando de quem teve a melhor campanha.

Contudo, pela nota do presidente Juvenal Juvêncio e pelos comentários de tricolores que tenho visto por aí, o segundo jogo deveria acontecer no Morumbi, porque este é o estádio que oferece as melhores condições de segurança para os torcedores.

Perdõem-me, mas não consigo deixar de não torcer o nariz. Tirando o fato de que a instituição competente para determinar qual estádio tem ou não condições de garantir segurança aos torcedores é a Polícia Militar, para mim, tal argumento é hipócrita. O único motivo que justificaria realizar os dois embates entre Palmeiras e São Paulo no Morumbi é o motivo econômico. O Morumbi comporta mais gente que o Palestra Itália, ou qualquer outro estádio do Estado, logo, garantiria possibilidade maior de obter mais renda nestas semi-finais. E mais, o São Paulo ganharia mais ainda, pois receberia o dinheiro do aluguel do Morumbi na segunda partida (ou as custas são do dono do estádio?).

Entretanto, como falaram em segurança aos torcedores, eu agora vou falar sobre segurança em estádio, principalmente no Morumbi. Para mim, o argumento de que o Morumbi é o estádio mais seguro é balela, mito, conto da carochinha. E eu vou explicar o porquê. Pelo menos, os meus porquês.

Como morador da Zona Leste paulistana, para mim, o acesso ao Morumbi é pior do que ao Palestra. Tanto de carro como de transporte público. E mais, para estacionar o carro não há como, pois não existem estacionamentos com seguro em número suficiente. Todas as poucas vezes que fui ao Morumbi de carro, tive que deixá-lo nas ruas ao redor, correndo o risco de ter o carro depredado pelos vândalos de praxe, e ainda tendo que dar algum pros flanelinhas, e antecipadamente - um caso claro de estelionato. O Morumbi é o mais seguro?!

E mais. Suponha que você não vá de carro, vá de ônibus. E corra o risco de acontecer como aconteceu a um grande amigo meu, corintiano, no último Palmeiras x Corinthians, no mesmo Morumbi. Na saída do estádio, um bando de covardes, os de praxe, encanaram que o meu amigo era palmeirense, e queriam porque queriam que ele mostrasse onde estava escondida a camisa do Palmeiras. O meu amigo, que estava à paisana, pois é assim que há muito tempo deve-se ir a estádio de futebol, argumentou o que poderia argumentar, que não tinha camisa nenhuma do Palmeiras, pois era corintiano. Qual o quê? Não acreditaram, e continuaram a cercar o meu amigo, intimidando-o e provocando-o, e se ele não mostrasse o ingresso do jogo comprovando que estava no setor dos corintianos, certamente ele poderia não estar mais vivo para contar história. O pior é que eu não duvido nem um pouco que isso não tenha acontecido com outros torcedores naquele mesmo dia, tanto do lado corintiano como no do palmeirense, pois como disse, os covardes, nestas ocasiões, são de praxe, e de ambos os lados. O Morumbi é o mais seguro?!

Não, não é o mais seguro. Para um Palmeiras x São Paulo, ou qualquer outro clássico paulista, ser seguro nos dias de hoje, só se o jogo for sem público. E comparando com o Morumbi, o Palestra Itália, para os palmeirenses, oferece melhores condições de segurança e comodidade, porque é melhor de se estacionar o carro, o acesso por transporte público é mais fácil, e a torcida visitante nunca terá número suficiente para causar estragos tal qual aquela fatídica final do Campeonato de Juniores de 1995, uma vez que no Palestra, os lugares para os visitantes são 2500.

Portanto, a decisão de se jogar no Palestra Itália o segundo jogo da semi-final é a mais justa. Digam o que quiser, nunca o Morumbi será campo neutro num Palmeiras x São Paulo. O Morumbi é o campo do São Paulo, é o campo que o tricolor mais conhece. A troco de quê o São Paulo precisa ser sempre beneficiado com esta vantagem nos mata-matas contra times paulistanos? Basta! Assim como basta com a irritante iniciativa dos tricolores de sempre levar para os tapetões qualquer desavença que possa ser levada contra o Palmeiras. Para mim, isto está mais do que nítido. Nesses momentos, é difícil esquecer que foi a diretoria são-paulina que quis tomar o Palestra Itália à força, usando como argumento a beligerância havida entre o Brasil e a Itália de Mussolini, durante a Segunda Grande Guerra. É difícil esquecer isso, porque desde então o São Paulo está sempre reclamando nos bastidores contra o Palmeiras, e para tal, faz uso de todos os dispositivos que tem à mão, desde o uso de argumentos supostamente éticos e racionais (ou hipócritas), como este da segurança dos cidadãos, até o argumento da suposta comodidade e superioridade do Morumbi - que não nos esqueçamos, a sua construção é um caso obscuro de uso de dinheiro público para fins particulares.