quarta-feira, março 14, 2007

Loas a Mefisto

Para que existir? Para que viver uma vida inteira e, no fim, morrer? Para que Deus? Para que existe tudo, o Universo, os planetas, os seres vivos, nós?

Lembro-me de uma história em quadrinhos, da editora Marvel, uma série chamada "Desafio Infinito". O enredo da história era o seguinte: a luta pela posse de seis gemas que davam ao portador poderes ilimitados, o que ensejou a confrontação entre todos os seres mais poderosos do Universo - neles incluso, os heróis da Terra. Um dos protagonistas da história, Thanos, um ser oriundo de um dos satélites de Saturno, havia conquistados as gemas, tornando-se o ser mais poderoso do Universo. Num dado momento da história, Thanos conversava com Mefisto, um ser imortal, parecido com um demônio, que o bajulava, mas que, implicitamente, desejava as gemas. O tema da conversa era sobre a razão da criação da espécie de Mefisto. A explicação: aplacar a solidão de Deus. Ele sentia-se completamente sozinho no meio de tudo, com todos os poderes, sem demonstrá-los para ninguém. Faz sentido. Não existe poder absoluto. Alguém só é poderoso se existir quem não seja poderoso. Então Deus criou a raça de Mefisto. Mas no desenrolar das coisas, eles se extinguiram, sobrando apenas o próprio Mefisto - para contar a história.

Eis a metáfora. Existimos para aplacar a solidão de Deus. Para atestarmos seu poder. E para temê-lo. Afinal, qual a graça de ser poderoso e não ter ninguém que o tema?

Mefisto me fascinou. Tanto que até um gato já batizei com seu nome. Ele era preto, tinha uns olhões amarelos, era demasiadamente preguiçoso e libertino. Uma personalidade tentadora, afinal, quem nunca pensou em ser Mefisto? Mefisto foi morto, atropelado ou envenenado, como a maioria dos gatos libertinos. Porque ser Mefisto tem lá seus bônus, mas tem também seus ônus.

Por favor, não praguejem contra minha prolixidade, ela tem motivos. Já perguntei muito sobre os porquês de tudo. Com o tempo, fui condicionado a perguntar os "paraquês". Mas no fundo, qual a diferença? Não sei as respostas.

Só me resta ser prolixo, com todos os significados que o verbete acarreta.

2 comentários:

Juliana Marchioretto disse...

OK, NADA CONTRA A SUA PROLIXIDADE...
MAS EU, MESMO COM TODAS AS DÚVIDAS DO UNIVERSO DENTRO DA MINHA CABEÇA, NÃO TROCO ISSO AQUI POR NADA!!


BEIJO

Stephanie disse...

Ultimamente é cada ve mais raro as pessoas se darem o direito de serem prolixas. Pede-se objetividade, clareza, sempre, como se não tivéssemos o direito de sermos superabundantes.

Gosto de pensar que deus, em sua solidão é tédio, começou a criar só pra não pensar que sua própria existência poderia ser algo sem sentido.

gostei do seu blog subversivo.
=)