quarta-feira, outubro 29, 2008

Diego Armando Maradona

Ontem, foi anunciado Maradona como o novo técnico da Argentina, cargo que antes era ocupado por Alfio Basile, que pedira demissão após a derrota ante ao Chile, em Santiago, na última partida das Eliminatórias para a Copa de 2010. E o Juca Kfouri, jornalista de que gosto muito, disse em seu blog, que esse anúncio seria um dos maiores absurdos do futebol, pois a chance de ele ter sucesso seria parecida com a chance se fosse nomeado presidente do Banco Central argentino.

Oras, o Juca Kfouri, jornalista de que gosto muito, muitas vezes tem posturas de que gosto nada. Uma delas é a de querer tumultuar o ambiente do meu Verdão, como quando tentou tumultuar quando publicou que o Valdívia iria para o São Paulo, no primeiro semestre; ou como tenta tumultuar quando persegue incessantemente o Vanderlei Luxemburgo.

Eu não gosto nada do Luxemburgo. Para mim, ele foi um dos grandes responsáveis pela queda do Palmeiras à Serie B, em 2002, quando ele largou o time após a primeira rodada e após dispensar boa parte dos jogadores, como o Magrão, que poderiam ajudar a equipe a não passar vexame naquela competição. Nunca me esquecerei disso, por isso, sempre olharei com desconfiança o Luxa no Verdão. Porém, eu não me lembro do Juca perseguir tanto o atual técnico palmeirense, como ele persegue hoje, quando ele estava no Santos, no ano passado. E eu gostaria muito que o Luxa estivesse no Corinthians hoje, para poder saber se ele o detonaria da mesma maneira, se ele seria imparcial como acha que é.

O Juca acha que o Maradona não vai dar certo na Argentina, assim como ele achou que o Denílson também não daria no Palmeiras... Bom, não quero mais falar agora do Juca e do Palmeiras. Eu quero falar do Maradona.

Para mim, que sou nascido em 1980, o Maradona foi o melhor jogador que eu vi jogar. O me-lhor. Tenho aqui guardadinho na memória a Copa de 1986, no México. Tenho aqui a maioria dos jogos, que eu assistia e, logo em seguida, ia para o quintal chutar a bola e brincar de Copa do Mundo, fantasiando ser todos os craques que via nas partidas, fantasiando ser algum dia algum daqueles craques. E aquela partida da Argentina contra a Inglaterra, hein? ¿Y aquella mano de Dios? E aquela jogada antológica, o Maradona partindo do campo de defesa, driblando todos os ingleses, em linha reta, em linha reta!, marcando aquele golaço? Por muitos anos da minha infância, eu fantasiei ser um craque, que jogava no meu Verdão, e que sempre que o bicho pegava, pegava a bola do campo de defesa e partia em linha reta ao gol adversário, deixando para trás todos os adversários (principalmente, os corintianos), e marcando os golaços salvadores, ou dos títulos, os títulos que tenho guardado na sala de troféus imaginária da memória.

Que se lasque se o Maradona não seja uma flor que se cheire. Que se lasque se o Maradona tenha cheirado muito mais do que flores. O Maradona é um anti-símbolo da síntese do futebol. Explico-me. Em qual esporte um camarada baixinho, gordinho, oriundo da periferia de uma capital de uma periferia do mundo, se destacaria, a ponto de se tornar o melhor do seu tempo? Em qual, em qual, em qual?

Neste mundo onde dão mais valor ao alto, ao magro, ao luxo, onde o que interessa é o resultado, o lucro, os números frios e milionários, o Maradona é aquela flor brotada do asfalto que Drummond testemunhou. O Maradona é a esperança de que algum dia, neste mundo, eles despencarão. "Quem são eles? Quem eles pensam que são?" (Engenheiros do Hawaii).

Oras, quem são? Eles! Esses aí, que torcem o nariz por um Maradona ter chegado onde chegou. Querem saber? É isso aí. Eu vou torcer pro Maradona. Eu vou torcer para a Argentina ser campeã do mundo em 2010. E pronto e acabou.

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