segunda-feira, novembro 17, 2008

LOGBOOK SUBVERSIVO

Log ou logbook, segundo o Babylon e a minha conveniência, significa "diário de bordo ou de vôo; anotação das atividades ocorridas no computador ou entre dois computadores;". To log, por conseqüência, é "documentar num diário de bordo (em navio e etc.); anotar na agenda;".

Tenho andado triste comigo mesmo por não conseguir dar cabo nas coisas que começo. Freqüentemente eu tenho idéias, realizo pesquisas, inicio projetos e... só isso. Um certo dia, estava andando por aí, e me deparei com o seguinte artigo: "Continue Your Own Learning and Development".

Então, seguindo a sugestão do autor do artigo, eis LOGBOOK SUBVERSIVO, que será o meu logbook, onde farei os registros das idéias que me surgem, das pesquisas que realizo, dos projetos que inicio e... algo mais além que isso.

Ah, sim, já ia me esquecendo. É um logbook subversivo porque vivo a subverter coisas por aí, mesmo sem querer. É melhor assumir logo a alcunha, do que me decepcionar lá na frente, quando perceber que me subverti mais uma vez, mesmo que inconscientemente.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Marcos, Luxemburgo e Jorge Mendonça

Luxemburgo disse que Marcos errou ao não fechar com o Arsenal, em 2002, quando acabara de ganhar a Copa do Mundo e estava muito bem valorizado. Disse ele: "Acho que o Marcos se equivocou. Quando se pára de jogar futebol com 35 anos, você tem mais 35 anos para viver. Será que, daqui a 20 anos, vão lembrar de tudo o que ele fez? Depois, precisa de jogo beneficente por aí".

Pouco mais de um ano antes de morrer, eu conheci Jorge Mendonça pessoalmente. Foi um dos dias mais emocionantes da minha vida. Eu nunca vi o Jorge Mendonça jogar ao vivo, somente ao "Melhores Momentos do Esporte" - aquele programa que costumava passar na TV Cultura anos atrás, não sei se ainda passa. E além de conhecê-lo pessoalmente, eu joguei uma partida de futebol com ele. Foi em Campinas, cidade em que ele morava. Todo 1o de maio, a família do meu tio (cunhado da minha mãe), que tem tentáculos em São Paulo e Campinas, se reúne para uma partida de futebol, seguido de cerveja e churrasco pelo dia todo. Nesta ocasião, o Jorge Mendonça, conhecido de um dos parentes do meu tio, apareceu por lá. E eu não me contive. Cheguei nele e disse: "Jorge Mendonça, gostaria de agradecer tudo o que você fez pelo Verdão. Eu não o vi jogar, ainda não era nascido. Mas meu pai viu. E ele me falou muito sobre você". Ele riu modestamente e apertou a minha mão. E depois jogamos juntos. Quer dizer, ele no time dos campineiros e eu no dos paulistanos. Inesquecível!

Senti muito quando soube de sua morte. Morreu na miséria. A história que eu ouvi dizia que, anos antes, ele havia perdido tudo o que tinha. Devia estar muito deprimido, então se entregou ao vício do álcool e adoeceu. Faleceu vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Não digo que Luxemburgo não tenha razão. Não digo que o jogador de futebol não tenha que pensar em si e procurar acumular o máximo de capital possível. É a regra do sistema. E eu não sou hipócrita. Contudo, que a verdade seja dita, o Marcos não morrerá na miséria – se Deus quiser! - como o Jorge Mendonça. Não tenho dúvida nenhuma de que com o que Marcos já ganhou, ele tem o seu futuro garantido. Sabendo investir o dinheiro, não tem como morrer na miséria. E não seria o Jorge Mendonça indo para a Europa, como o Marcos teve a chance, que ele evitaria indubitavelmente o seu destino. Há toda uma história, que eu não conheço, que explica a desgraça do Jorge Mendonça. Ele poderia ter ganhado dez vezes mais do que ganhou, e ainda sim, ter acabado como acabou.

Mas eu digo que o Luxemburgo não tem razão porque considera o Marcos como qualquer jogador. E Marcos não é qualquer jogador. Marcos é um Campeão do Mundo, é um ídolo, tem caráter e uma cabeça e alma iluminadas. O Luxemburgo é uma pessoa muito bem sucedida, meus parabéns para ele, mas não chega aos pés de São Marcos. Não chega aos pés!

Me desculpa Seu Luxemburgo, mas isso tudo aí é inveja! Roa-se. Ou trate de trabalhar, para tentar limpar a sua barra com a torcida, que tá um pouco sujinha.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Eu também faria o mesmo!

Sim, e faria mesmo. Eu também deixaria a minha área e tentaria fazer o gol. De qualquer maneira. Desesperadamente.

Eu também já fui goleiro. Eu sei o que é se sentir impotente. Talvez se sentir culpado pela derrota do time e não poder fazer nada para reverter a situação. O goleiro, via de regra, não faz gol. Quando o seu time está no ataque, ele é torcedor.

E eu sou torcedor do Palmeiras. E o Marcos também é. Ontem, quando não eram jogados nem 30 minutos do segundo tempo, quando o Grêmio vencia a partida pelo placar de 1 a 0, Marcos fez o que qualquer torcedor palmeirense queria fazer naquele momento.

Bom, pelo menos o que eu queria fazer. E os quase 28 mil palmeirenses que assistiam à partida no Palestra Itália. Porque parece que, segundo o que dizem algumas dessas pesquisas de portais internéticos, metade dos opinantes reprovam a atitude do ídolo alviverde.

Oras, mas que ingênuo eu sou! Em pesquisas de internet votam qualquer um. Votam qualquer corintiano ou são-paulino de cotovelo inchado por não ter um Marcos jogando em seus times. Ratifico: Marcos fez o que qualquer palmeirense faria naquele momento. Eu, inclusive.

Eu também subiria à área adversária para tentar o cabeceio. Eu também tocaria para o volante para fazer o um-dois e receber a bola mais adiante. Eu também xingaria o coitado do Preá - coitado, porque ele não tem culpa de ser um perna-de-pau e de estar com a responsabilidade de vestir o sagrado manto alviverde, não foi ele quem se pôs ali - por não ter rolado aquela bola, sobra daquele rebote, que poderia nos livrar de toda aquela agonia.

Ok, não nos livraria de toda aquela agonia. Ainda precisaríamos fazer mais um gol para continuarmos respirando na briga pelo título do campeonato. Mas se o Preá rolasse aquela bola na área para o Marcos, ele iria protagonizar o mais belo gol de todos os tempos. Eu disse: de todos os tempos!

Mas ele não rolou, e o mais belo dos gols não aconteceu. Mas aconteceu, pelo menos, o registro de que no futebol ainda existem homens de verdade. Jogadores de carne, osso, sangue e coração, que amam o que fazem, que jogam por paixão, que não são somente joguei-bem-graças-a-Deus-que-meu-dinheiro-está-na-minha-conta. Meus amigos, não sei porque as lágrimas não me saltaram ontem, pois quero chorar o tempo todo, desde então. De tristeza, talvez, pela derrota. De emoção, com certeza, de ver mais uma vez porque o futebol é minha paixão, de sentir mais uma vez muito orgulho em ser palmeirense.

E para terminar, essa vai para o Sr. Luxemburgo. Roa-se de inveja! O senhor é um mercenário, ou um profissional, como gosta de dizer. Marcos é São Marcos, e sempre será São Marcos, em todas as partidas, faça o que fizer - aliás, como o senhor mesmo reconheceu. Ele já está registrado para todo o sempre em nosso cânone. Já o senhor está é na nossa lista negra. Sempre o veremos com desconfiança. Nunca nos esqueceremos de sua participação na nossa queda, em 2002. O futebol é o futebol, apaixonante, alucinante, enlouquecedor, por homens como o Marcos, como o Garrincha, o Maradona, o Pelé, que escreveram e escrevem a história do futebol com o suor de seus corações. Porque é assim que eles ficam em nossos corações. Gente como o senhor, pelo contrário, só nos faz sentir desprezo e desgosto. Só nos afasta dos estádios. Portanto, Sr. Luxemburgo, seja mais humilde, ou pelo menos um pouco. Seja como o nosso São Marcos. E nem se meta a besta de barrar o nosso santo!