quarta-feira, setembro 08, 2010

Não quero estar mais aqui

Outro dia me perguntaram como eu queria estar daqui a cinco anos. No pessoal ou no profissional? No ambos. Ô louco, meu...

 

Não pude ser franco. Não poderia dizer que daqui a cinco anos não quero estar mais aqui. Lembrei-me que há pouco mais de cinco anos – seis, para ser exato – eu inaugurei este blog. Era "O Diário de Um Subversivo", que eu mudei para "Diário Subversivo" algum tempo depois. Aliás, a única mudança que fiz no blog, além do layout, que era preto. Hoje é branco, porque acho que a leitura fica mais clean. Não escrevo para colecionar leitores, mas não nego que adoro quando me leem. Não desejo que entrem aqui e saiam logo porque os textos são difíceis de ler. Há seis anos atrás eu imaginava que ainda estaria aqui escrevendo? Acho que sim, mas ninguém me perguntou isso lá atrás.

 

Notei que "Uma hora isso tudo acaba" foi o primeiro post de 2010. O último post "Conexão com Saturno" já ia fazer aniversário. Uma hora este blog também vai acabar, mas não acho que pelos próximos cinco anos. Acho que outros períodos de estiagem, como este último de quase um ano, podem voltar a surgir, uma vez que este é um diário subversivo – não admite a ordem.

 

Ano passado, no meu aniversário, Saturno me visitou. Recebê-lo é barra pesada. Ele é austero e implacável, mas eu gosto dele. Penso que todos precisam de alguém com opiniões firmes e que não fique a passar a mão na sua cabeça para ouvir. Disse ouvir e não seguir. Aos vinte e nove, meu velho, já passou da hora de seguir a si mesmo. E agora, perto dos trinta, e sem Saturno até os cinquenta e tantos, só me resta seguir. Agora, cada minuto de hesitação pode custar o resto da minha vida.

 

Espero que eu tenha conseguido explicar por que o blog ficou tanto tempo sem posts. Também espero não deixá-lo mais tanto tempo sem posts.

2 comentários:

Anônimo disse...

MEU AMOR !

Não pare nunca de vir aqui escrever, pois um talento como o seu tem que ser compartilhado, não pode ficar escondido!.

TE AMO !

Flávio Ricardo Vassoler disse...

Fala, Ivão!

Legal te ver de volta, meu velho!

Espero que volte a postar com mais freqüência, mesmo.

Lendo o post anterior, cara, me lembrei de uma aforismo do Nietzsche:

"Há noites em que a possibilidade do suicídio é um doce consolo".

Ou então um aforismo do Adorno que há pouco esteve no Subsolo:

“O infinito sofrimento de morrer em um mundo no qual há muito tempo há coisas piores a se temerem do que a morte”.

Acho que nessa idade a que tamos chegando, podemos - não sem um distanciamento que corta a própria carne - alcançar uma certa objetividade sobre os ups and downs que nos tomam. O problema é quando o inusitado nos toma, né?

Grande abraço, meu velho,

Flavião