quinta-feira, dezembro 08, 2005

Era desnecessário

"When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No I won't be afraid, no I won't be afraid
Just as long as you stand, stand by me"

Stand By Me - John Lennon

Há vinte e cinco anos, John Lennon levou um tiro à queima roupa. "O Pop não poupa ninguém", cantaram os Engenheiros do Hawaii onze anos depois. Abri meu e-mail com o resumo diário do New York Times (sou chique!) e pensei que leria esse fato na seção "On This Day". Li sobre os quarenta e quatro anos da declaração de guerra dos EUA ao Japão e a conseqüente entrada na Segunda Guerra do então Gigante Adormecido. No dia anterior, 07/12/1941, os EUA haviam sofrido o primeiro ataque da história a seu território, quando os kamikazes japoneses investiram contra a frota naval americana do Pacífico, estacionada em Pearl Harbor. Considerando que por causa desse evento, os EUA entraram e ganharam a guerra, levando como prêmio a posição de superpotência mundial, o ataque a Pearl Harbor foi importante para a história mundial contemporânea. Mas não é bem sobre isso que eu queria falar hoje.

Pelo que conheço de meu pai, Lennon era seu ídolo. Desde os seis anos, quando me conheci por gente, ouvia John Lennon em casa e no carro, no toca-fitas. Foi o primeiro músico que conheci e que admirei. "Stand by me" era a música que eu mais gostava. Tem também que Lennon foi meu primeiro ídolo musical que não vi vivo. Os quarenta e quatro dias que passamos na mesma terra não foram suficientes para isso.

Há dois anos atrás, mais precisamente em 07/12/2003, nasceu minha irmã, que ainda hoje não a vi ao vivo. 07/12, Pearl Harbor. O meu foi trezentos e sessenta e cinco dias depois, 06/12/2004, dia em que despejei minhas maiores bombas até então. Um dia que destrui meu porto.

(É porque algumas coisas são necessárias, outras não. Era necessário que eu bombardeasse àquela vez. Mas não é necessário o porquê eu não conheço ainda minha irmã agora. Sinto muito.)

Ainda não sei se falei o que queria falar hoje. Mas eu quero meu pai, minha irmã e John Lennon. E quero nunca mais precisar de um Pearl Harbor em minha vida.

2 comentários:

Ivo La Puma disse...

Teste...

Anônimo disse...

Nossa! É a única coisa que posso dizer!!! Beijos, Soraya.