quinta-feira, junho 28, 2007

Pensação II

Na vida, nada é fácil, tudo é difícil. Examinemos a vida. Imaginemos que estamos num ponto do espaço sideral que nos permita assistir à vida, como ela é, no planeta. Iremos ver trocentas pessoas nascendo, vivendo, matando-se de trabalhar para continuar vivendo, e morrendo. Acham isso fácil? Viver, se matar para viver e, no fim, morrer?

Fomos feito para o sofrimento. Se não, o mais lógico é estourar os miolos com uma bala e findar de umas vez por todas com essa palhaçada... ops, quero dizer, sofrimento.

Ou senão, só se na vida nada é fácil mesmo. Até isso é difícil.

terça-feira, junho 26, 2007

Pensação I

Os capitalistas têm muito poder. Mais poder para quê? Era o que poderia se perguntar antes de inventarem a democracia moderna.

Então veio essa democracia (o que foi uma benção, porque simplesmente estavam querendo riscar do mapa os capitalistas...). Veio junto com um pouquinho de sangue, alguns golpezinhos, umas ditadurinhas, etc. e tal e piriri pororó... Mas veio! Com alternância no poder e tudo!

E os capitalistas continuaram com mais poder?!

terça-feira, junho 19, 2007

Uma matéria sobre a vida

"Lex I: Corpus omne perseverare in statu suo quiescendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus a viribus impressis cogitur statum illum mutare;

Lex II: Mutationem motis proportionalem esse vi motrici impressae, etfieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur;

Lex III: Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi;"

- Isaac Newton, in Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, 1687.

O trem desliza pelos trilhos da linha leste-oeste do metrô paulistano, a famosa Linha Vermelha (talvez não tão famosa quanto aquela carioca, e nem tão famigerada também) que costuma ligar o bairro de Itaquera ao da Barra Funda, fazendo conexão pela Estação Sé com a linha norte-sul, a Linha Azul. Em um dos vagões, que está extremamente lotado de corpos, está Isac, com sua mente lotada de pensamentos sobre mais um indiferente dia em sua vida. Uma dia em que levantara cedinho, tomara banho, e saíra correndo sem tomar café, para pegar três conduções para o conduzir ao trabalho...

- Preparem-se! Aí vem os espartanos!

O alarde, proveniente de um sujeito que está colado a Isac (nos metrôs das manhãs paulistanas, ninguém fica perto de ninguém, fica colado mesmo), irrompe seus pensamentos.

O trem de Isac parara na Estação Brás, quando... záz! Uma turba adentra o trem e empurra, como se fosse uma falange do famoso e famigerado exército de Esparta, as pessoas mais para dentro, compactando-as ainda mais, e reduzindo ao nada os poucos espaços vazios restantes do vagão.

"Uff! Somente sendo indiferente para suportar tal suplício!" Isac olha para o teto, e deseja tentar encostá-lo com a palma de sua única mão livre (a outra segura sua pasta) para poder se sustentar por si próprio, uma vez que está encostado nos corpos das incontáveis pessoas que o rodeiam, e que o pressionam e mantêm seu corpo ereto. Frustra-se. Volta o olhar para a frente e dá de cara com o sorriso do sujeito que alardeara a chegada da falange brasense.

- Queria ver o Newton sustentar aqui aquela história de que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço!

Isac tenta conter o riso, mas não consegue. O riso sai explodido. O sujeito continua, ainda sorrindo.

- Está rindo, né? Mas eu sei do que você está rindo! Só que você não sabe...

Isac estanca o riso, franzindo o cenho e encarando o sujeito, que finaliza confiante.

- Só quem é ridículo vive a vida sem medo de ser ridicularizado!

O trem chega na Estação Sé. Uma nova falange se forma e sai, empurrando Isac para fora do trem, rumo ao seu destino. Destino que foi radicalmente marcado pela descoberta que aquele sujeito o fizera ter. Neste dia que acabou sendo diferente de todos os outras dias de sua vida.

Calminha, minha gente! Eu não ia deixá-los sem a devida tradução. Eu mesmo não sei latim! Eis as Leis Fundamentais da Dinâmica, as famosas e famigeradas Leis de Newton:

Do "Princípios Matemáticos da Filosofia Natural", publicado em 1687 por Isaac Newton;

Lei I: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele;

Lei II: A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida;

Lei III: A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas;