terça-feira, outubro 25, 2005

O dia do subversivo

"Minha mãe me dizia: 'Se queres ser um soldado, serás general. Se queres ser um monge, acabarás sendo Papa.' Então eu quis ser um pintor e agora sou Picasso."
- Pablo Ruiz Picasso

Ontem foi o último dia que escutei aquela infame piadinha do "já decidiu sua opção sexual?". Hoje é o vigésimo quinto vinte e cinco de outubro que completo nessa terra, excetuando aquele do ano em que nasci. Como sou muito curioso, além de subversivo, dei uma fuçada acerca desse dia.

Dos mais ilustres, nasceram nesse dia Pablo Ruiz Picasso (1881) e Henri-Benjamin Constant (1767). Picasso foi o mais influente artista do século XX, principal pintor do cubismo. Fui ano passado numa exposição de suas obras na Oca do Ibirapuera. Descobri lá também que ele teve muitos amores. Casou diversas vezes e até os 80 anos esteve viril, dando conta de uma linda esposa, umas quatro décadas mais nova. Desde então, esse cara se tornou o meu ídolo. Já Constant, foi um influente escritor e político francês de origem suíça. Apesar de defensor de uma monarquia constitucional e da superioridade aristocrática no parlamento, era um liberal e desenvolveu teorias sobre governos parlamentares. Dentre suas obras mais célebres, está o discurso proferido em 1819, "Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos", onde ele discorre sobre a diferença do entendimento de liberdade entre os clássicos e os modernos. Estudei esse texto. É uma excelente obra que também despertou minha admiração.

Há uma série de outros ilustres nascidos nesse dia também. Uma rápida varredura. Evariste Galois (1811), matemático francês; Johann Strauss, Jr. (1825), compositor austríaco; Georges Bizet (1838), compositor francês; Paulo Mendes da Rocha (1928), arquiteto brasileiro; Roberto Menescal (1937), compositor e músico brasileiro.

Além dos aniversariantes, pesquisei os importante eventos históricos ocorridos em vinte e cinco de outubro passados. Destaco o de 1962, quando o embaixador americano na ONU, Adlai Stevenson, apresentou evidências fotográficas de bases de mísseis soviéticas em Cuba, que culminou na Crise dos 13 dias, o período mais crítico da Guerra Fria, pois por pouco as duas superpotências não se aniquilaram; o de 1971, quando a Assembléia Geral da ONU votou pela admissão da China Continental e, conseqüente, expulsão de Taiwan do organismo; o de 1936, quando os ditadores Hitler e Mussolini selaram aliança; o de 1964, quando os civis golpistas Carlos Lacerda e Magalhães Pinto romperam com o presidente militar no Brasil; e também o de 1975, quando o jornalista Vladimir Herzog foi torturado e assassinado pela ditadura militar, porém, a versão oficial de sua morte foi suicídio, desde então, os jornalistas passaram a se mobilizar e a luta contra o regime autoritário se intensificou.

Por fim, pesquisei que 25 de Outubro é o dia do Sapateiro, do Dentista e da Democracia. Por causa deste último motivo, fiquei muito feliz. É um orgulho ter nascido no Dia da Democracia, para mim, muito mais que um sistema de governo, um valor que acredito e defendo racional e religiosamente.

Após comer um pedaço de bolo prestígio hoje de manhã, algo que faço religiosamente todos os dias 25 de Outubro, já me sinto preparado para chegar ao vigésimo sexto vinte e cinco de outubro, dia que, como pude demonstrar, é especial para mim.

Fontes:
1. http://pt.wikipedia.org/wiki/25_de_Outubro
2.
http://www.nytimes.com/learning/general/onthisday/20051025.html
3.
http://noticias.uol.com.br/vestibuol/atualidades/ult1685u146.jhtm

quinta-feira, outubro 20, 2005

Imaginando textos

Trata-se de meu novo projeto. As explicações já estão no primeiro post, que pode ser lido em http://imaginandotextos.blogspot.com (há link ao lado).

terça-feira, outubro 18, 2005

O mundo ainda não acabou?

Indagava eu, em texto anterior, se não estaríamos vivendo o início do fim dos tempos, devido aos eventos extraordinários que vem ocorrendo nos últimos meses. Citei, por exemplo, a tsunami no final de 2004 na Ásia e a prisão do Paulo Maluf, que parecia ser "imprendável". Fazia uma ponderação. A de que talvez não seria eu o primeiro a relacionar esses eventos com o apocalipse.

Pois é. Estive em Niterói nesse último fim de semana. O motivo não é relevante agora. Mas enquanto esperava o ônibus em que voltaria para São Paulo, a capa de uma revista me chamou a atenção. "O fim do mundo começou", dizia a última edição da Super Interessante, uma revista de curiosidades científicas. Praticamente fui compelido a comprar um exemplar. Afinal, dizia sobre o fim do mundo e tratava-se de uma revista baseada em fatos científicos. E eu imaginava que, além de mim, talvez só algum bando de lunáticos poderia acreditar que o mundo estivesse começando de terminar, com os tsunamis, terremotos, furacões e outros acontecimentos realmente incríveis.

Entretanto, a reportagem da revista não me satisfez, pois fazia alusão apenas ao superaquecimento do planeta como responsável pelos cataclismas que estavam ocorrendo ultimamente. Os terremotos, maremotos e lendárias prisões não estavam contemplados no rol de eventos que culminariam com o fim do planeta. A matéria tratava apenas das conseqüências do acúmulo de emissão de gás carbônico na atmosfera, do efeito estufa, do derretimentos das geleiras e do aumento gradativo da temperatura terrestre e demais impactos no ecossistema.

Contudo, a revista levantava uma polêmica. Se esse aumento de temperatura não seria oriundo da ação humana. Mais especificamente, se os EUA, país líder de emissão de gás carbônico no planeta, que recentemente decidiram não aderir ao Protocolo de Kyoto, não seriam os principais responsáveis por esse superaquecimento. A matéria também relembra que furacões são formados em regiões onde a temperatura das águas oceânicas é quente, logo, a Katrina e suas irmãs seriam uma resposta da mãe-natureza aos desmandos do Tio Sam. Além disso, chamam a atenção para a propaganda de contra-informação, promovida por Bush, para desvincular a ação humana do aquecimento do planeta, que seria feita principalmente no meio científico.

Eu disse que a reportagem não me satisfez, porém, de acordo com os prognósticos apresentados, a situação do planeta em 50 anos estará drasticamente comprometida. Alguns analistas calcularam que os prejuízos causados pelos efeitos do superaquecimento superarão à capacidade produtiva da humanidade. É uma situação deveras terrível, mas mais terrível ainda, para mim, é a preocupação em termos capitalísticos do problema. Eu estaria mais terrificado é com o tanto de gente que morre e tem morrido devido a tudo isso. Mas como se diz lá mesmo nos EUA: "é a economia, estúpido!".

Então, fui dormir no domingo à noite nesse mundo acabante e acordei na segunda-feira com a notícia da morte de mais um torcedor de futebol por causa de mais uma briga entre fanáticos e psicopatas. Não necessariamente uns contra os outros, mas ambos - fanáticos e psicopatas, e ao mesmo tempo - contra ambos. O assassinato ocorrera na mesma estação de metrô que horas depois eu descia, indo para minha casa voltando de Niterói.

A quanto tempo mesmo que esse mundo está acabando? Vou conseguir descobrir isso antes de me acabar?

Vou acabar por aqui, senão me acabo de tantas indignadas indagações.

Fontes:
1. "O fim está próximo", Revista Super Interessante, edição 218, Out/2005.
2. "Palmeirense morre baleado em briga de torcidas", www.terra.com.br, 16/10/2005, 14h08, atualizada às 20h46.

terça-feira, outubro 11, 2005

O fim dos tempos

Ultimamente, estou com o tempo minguado. Fora o fato de que meu tempo mingua ininterruptamente, o tempo está escasso para todas as atividades que me proponho a fazer na vida. Entretanto, entre uma piscadela ou outra de olhos, meu cérebro processa algumas informações, dentre tantas que me são bombardeadas o tempo todo.

Não sei se já falaram isso, pelo menos eu não ouvi ninguém dizer por aí - o que, confesso, me surpreende. Com tsunami na Ásia, furacões nos EUA, terremotos no Paquistão e América do Sul e mais o Maluf preso, será que não estamos vivendo o início do fim dos tempos? Pois, realmente, estranho tantas catástrofes e fatos extraordinários ocorrendo em tão pouco. E estranho mais ainda não ter ouvido nenhum apocalipsista de plantão anunciar o Juízo Final.

Bom, aí está o registro. Se for o fim de tudo, posso acabar tranqüilo por ter profetizado o acontecimento. Senão, posso assumir que, além do tempo, o meu juízo está minguando também.